terça-feira, 25 de junho de 2013

Visita ao bairro Barreira


A Folia de Reis

A Folia de Reis de origem portuguesa teria vindo ao Brasil em meados do século XVI, trazida pelos jesuítas. Esta festa está ligada a comemorações do culto católico do Natal, sendo anualmente realizada entre 24 de dezembro a 06 de janeiro. A história da festa deriva-se porque na ocasião do nascimento de Jesus, os três Reis Magos levaram presentes ao menino, na manjedoura.
Há 25 anos, no mês de janeiro, no bairro Barreira é realizada pela Dona Zezé, 64 anos, a festa dos Santos Reis. Ela sai esmolando nas casas do bairro e as pessoas contribuem com o que podem. Assim as pessoas vão à festa e  divertem-se a noite inteira...
A folia é composta por músicos tocando instrumentos, em sua maioria de confecção caseira e artesanal como tambores, reco-reco e pandeiro. E para animar há palhaços, dançarinos e outras figuras folclóricas. As canções são sempre sobre temas religiosos. Já a bandeira chamada de doutrina é feita de pano brilhante, nela é colocada uma estampa dos reis magos. Com ela, os festeiros visitam as casas das pessoas devotas. Alguns foliões dessa festa são de Piquete-SP.

A grande motivação dessa festa é a religiosidade de Dona Zezé e a oportunidade de celebrar uma data tão especial ainda mais quando , no bairro, acontecem poucos eventos ao longo do ano.

Carla Adriele e Ângela Assis



                             




José Vitor Alves - O contador de causos


             Conta o Sr José Vitor Alves, um produtor agropecuário da Barreira, que ele era criança quando aconteceu a Revolução de 1932. Muitas vezes, ouviu de seus pais relatos sobre os combates entre os paulistas e mineiros que aconteceram lá na Serra. Naquela época, havia na Barreira, um Coronel, que era odiado por um morador do bairro. Esse morador escreveu um bilhete dizendo que o coronel era revoltoso e colocou-o numa vara e deixou-o em cima de um cupim. Quando o exército passou e leu aquele bilhete e descobriu que o coronel era “revoltoso”, logo invadiram sua fazenda: os soldados carregaram as roupas das filhas do coronel, mataram as vacas, destruíram tudo deixando sua fazenda detonada.

            Sr José Vitor também gosta de contar causos: conta que em outros tempos os moradores da Barreira ouviam uma boiada passar fazendo muito barulho, mas que boi mesmo ninguém via. Outro causo bem conhecido é o de homem  que desapareceu. Dizem que ele estava no quintal da casa da prima do Sr José Vitor que ficava no fundo de um bar,  e ela se assustou com a presença do estranho e saiu correndo e gritando pelos vizinhos. Estes por sua vez correram atrás do homem que se jogou num buraco e desapareceu. Curioso é que esse buraco foi deixado por algumas bombas de gasolina que foram retiradas de lá. 
            Em uma de suas aventuras dos tempos de mocidade, ele vivenciou como protagonista um causo de assombração, disse-nos  que nunca havia passado tanto medo como naquela noite em que havia ido buscar alguns frangos na casa de um senhor junto de seus colegas. Essa turma resolveu assombrar algumas pessoas no bairro e na volta, tiveram a ideia de acender velas em cada encruzilhada por que passavam. Logo após acenderem o último toco de vela, se depararam com um boi enorme que e ia e vinha correndo e de repente parava diante deles. Aí foi o maior rebuliço: as galinhas alvoroçaram, os cachorros latiram e a rapaziada saiu correndo... Boa essa hein!?
                                                                                          Mariana Sapucci


Perfil: Dona Fia e Sr Cássio


Sr Cássio e a Dona Fia, residem no  Bairro Barreira há 49 anos.. Atualmente, o bairro tem o nome ‘Barreira’ porque até pouco tempo, logo ali na Serra de Piquete/SP, existia um posto de fiscalização. Mas eles nos disseram que o nome do  bairro era Ataque por causa de alguns combates que ocorreram na ocasião da Revolução Constitucionalista de 1932.
Dona Fia conta que sua mãe chegou a ver o movimento de soldados no bairro na época dessa revolução e sempre ouviu dela a história de Dona Cotinha,  uma mulher que ao se separar do marido e não e não ter para onde ir, enfrentou soldados para garantir um pedaço de chão.
                                                                      Cláudia Fortes

Perfil: Dona Ana Rodrigues


Esta é a Dona Ana Rodrigues da Silva Moura que vive no bairro Barreira há mais de 50 anos. Devido a grandes dificuldades só pôde se alfabetizar no "Mobral" , quando adulta, numa ocasião em que o prefeito Dalmo Ribeiro construiu essa escola no bairro para que os moradores pudessem votar.
Dona Ana nos contou um pouco da revolução de 1932 e ela acredita que não existam mais trincheiras por lá...
Saudosa, ela lembra a grande produção de marmelo e ameixa em tempos passados e lamenta pelas mudanças nos dias de hoje, como o excessivo uso de drogas pelos jovens, que segundo ela, não é coisa de Deus.
Claudia Fortes e Lucimara



Caçadores de Histórias

Sob as sombras das nuvens
Adentramos na Barreira
Frio. Entrada em terra hospitaleira.

Nas montanhas Gerais
Na divisa do estado
Resgatando histórias
Nos rastros do passado.

Bate-papo  nos bancos
 O sol a esquentar...
Animais no terreiro
Alunos a pesquisar
Perguntas discretas
Curiosidade no olhar...

E o tempo voa
Temos que retornar
Os diversos textos
Carregados de memórias
Vamos lapidar.

                             Mateus Cortez











Principal produto agropecuário: Eucalipto






Informação importante :  A barreira é o bairro onde acontece a maior incidência de vítimas  picadas por cobras.





Esta estrada que liga Piquete a Itajubá
 foi construída entre os anos 1935 a 1942
 um grande acontecimento, segundo os moradores...







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