E.E. Marquês de Sapucaí: Visita ao Bairro Água Limpa

Relatório da Visita ao Bairro Água Limpa

Na manhã do dia 09 de maio do ano de 2013, fizemos uma breve visita ao bairro Água Limpa, onde tivemos o prazer de conversar um pouco com a senhorita Dora, que nos falou sobre a história do lugar, sobre o casarão centenário de sua família e também sobre a Capela de São Lázaro.

Bom, diante do que a senhorita Dora nos disse, o êxodo rural prejudicou um pouco o desenvolvimento do bairro- as atividades agrícolas diminuíram e a produção de leite caiu muito, devido à desvalorização do produto.

A família da Dora é uma das pioneiras do bairro Água Limpa. O Patriarca Pedro Fortes da Costa foi um pai que educou os filhos com rigor e era muito respeitado por todos. Já a matriarca da família, Dona Carolina Donadio da Costa foi uma grande artesã do bairro. Ela fazia trabalhos voluntários na comunidade, e tinha como objetivo manter um vínculo entre a escola e a igreja. Dora, a todo o momento dizia como a sua família se preocupava com a formação das crianças na igreja.

Ela nos contou também que o nome da escola é uma homenagem ao seu bisavô, o senhor José Carlos Roberto Fortes, um dos primeiros habitantes ao bairro que era muito reconhecido pelas pessoas.

Bom, o senhor Jose Carlos Roberto Fortes quando chegou ao bairro Água Limpa construiu um casarão onde montou sua bela família. Sempre trabalhou muito e preservou a união de todos...

Atualmente, Dora e um de seus irmãos estão reformando esse casarão que é uma construção centenária, com 100 anos. Uma relíquia do bairro, pois mostra os momentos mais belos da vida de uma família unida e respeitada .

A comunidade da Água Limpa é devota de São Lazaro, devido a uma graça alcançada : uma promessa foi feita ao santo para que uma doença incurável não contagiasse outros membros dessa família .

Também tomamos conhecimento que o nome do bairro se dá devido às águas claras do Ribeirão do Salto que descem as encostas para se encontrar com as águas turvas do Rio Santo Antônio.

O encontro do Ribeirão do Salto com o Rio Santo Antônio

Uma das tradições do bairro ainda acontece todas as quintas-feiras – o momento de Adoração ao Santíssimo pelas crianças.

Segundo Dora, O laticínio Mantiqueira que foi construído na década de 50 é um empreendimento muito importante para o bairro, porque incentiva a pecuária leiteira dando empregos para muitos moradores. Ela ressaltou que seu pai doou parte do terreno para construção do mesmo.

Depois dessa breve conversa pudemos comprovar que a palavra “família”, no bairro rural, é um fator relevante. E ainda : família unida e temente a Deus nunca se dissolve.

Jaqueline Silva

Um cantinho pra se Morar

Quando pensamos no bairro Água Limpa, a primeira ideia que nos vem à mente é o quão importante é a história desse lugar para os habitantes de nossa cidade.

Em meados do século XVIII, o primeiro habitante já estava aqui, até então ainda na desconhecida e pequena Água Limpa, cujo nome ganhou mais tarde, devido às puras, limpas e cristalinas águas do Ribeirão do Salto,que descem a serra banhando a região.

Já estava o Sr José Carlos Ribeiro Fortes, por alcunha Zeca Fortes a levar para grande São Paulo seus preciosos produtos agrícolas . Ele cruzava o alto da Mantiqueira, e corria pela BR 350, voltando às pressas, após dias longe de sua casa. Era sempre recebido com abraços e beijos carinhosos da esposa e dos queridos filhos.

Sr Zeca só corria apressado de um lado a outro, assim como o tempo. E os rumores de que um pedaço do paraíso encontrava-se neste lugar acabou trazendo para cá as curiosas e bondosas famílias Leite, Gil, Pereira, Braga e Ribeiro.

A noitinha ia caindo e os habitantes em suas casas se recolhiam. Uma vez por semana em uma das casas eles se reuniam, e juntos louvavam a Deus, e lhes pediam proteção à nossa querida Virgem Maria. A bondade era a marca dos Fortes que deram a ordem: “Construam aqui ,perto da praça, a capela de nosso bairro!”. A construção se fez e o padroeiro foi escolhido : São Lázaro, pois um dos filhos da família Fortes sofria de uma doença incurável e contagiosa e para que não contagiasse os outros filhos uma promessa ao santo foi feita e o pedido atendido.

E o bairro Água Limpa ia se esticando... os Silvas, os Mouras, os Vaz e os Santana se juntaram aos demais.

Faltava ainda à nossa pequena Água Limpa, um cantinho pra se educar, então a escolinha foi construída e as crianças alfabetizadas pelas professoras Dona Francisco Assis Almeida, Maria José Araújo e Maria Aparecida Costa Santana .

E essa comunidade de famílias honestas e trabalhadoras assistiram, tristes e desconsoladas, uma forte enchente arrastar uma ponte e uma vida, deixando para trás o choro da perda e da saudade.

Fazer parte dessa história nos enche de orgulho, porque nós amamos amar esse lugar.

Karina Ramos e Jéssica Silva