No Salto
No dia 16 de maio, a equipe do Jornal Prisma Cultural fez mais
uma visita ao Bairro Salto. Lá, visitamos o Sítio São Francisco e conversamos com
o Senhor Francisco de Assis Almeida,
o seu Chiquito que foi muito acolhedor e relatou-nos a história do bairro com
muita simpatia.
Contou-nos que no início do bairro
havia enormes pinheiros e que as crianças frequentavam a escola do Biguá.
Falou-nos dos primeiros moradores que foram o seu Zé Benedito, que era tropeiro,
e seu Franquilino; mostrou-nos o salto da cachoeira que corta as enormes
montanhas, originando o nome do bairro, sendo atrativo turístico e motivo de
orgulho para os moradores.
Sr Chiquito- um entrevistado muito especial |
No bairro, cultivou-se feijão, arroz
que era guardado num açude de taquara para dias mais tarde ser consumido pela
família ou vendido; e o milho que foi o alimento característico da região. E
com ele fazia-se fubá, angu, bolão ou podia ser assado na caçarola com brasa.
As dificuldades enfrentadas pelos moradores
eram as mais variadas: iam desde a estrada até a falta de médico, mas
atualmente isso já não é um impasse para a população. O bairro oferece uma
diversidade de belezas, há árvores raras como jacarandá e cedro, animais
diferenciados como anu branco,gavião, macaco, veado, jaguatirica e vistas
privilegiadas.
A construção da igreja iniciou-se em
1934 e foi a maior alegria do povo. Houve também muitas doenças comuns como
sarampo, varíola e até tuberculose. As crianças por muito tempo jogavam futebol
todos os domingos com uma bola de meia até que conseguiram uma bola de capotão
que era amarrada com correia, torta, dura, mas era a alegria da criançada.
Seu Chiquito relatou ainda que eles
sempre ouviam falar em assombração: nas quaresmas saiam com matracas e rezavam
recomendando as almas, nessa época aparecia o lobisomem - um cachorrão peludo
que vivia comendo fezes, e quando
encontrava um galinheiro levava todas as galinhas e as comia.
E ele relembrou com saudade dos tempos
em que viajava de trem com sua mãe, do chefe que, às vezes, vinha fazendo
brincadeiras com as crianças e também do famoso pastel da Dona Leonor, era um
tempo muito bom.
E ao final, ele posicionou-se a respeito do uso de drogas
como o cigarro e bebida, dizendo que causam muitos danos à saúde, contou-nos
que tem muita vitalidade porque sabe cuidar de sua saúde. Descobrimos também
que ele é o grande artista do bairro e até hoje ainda trabalha como carpinteiro
fazendo banquinhos e outras peças de madeira que mostram o quanto temos artistas
no nosso município.
Imagens: Mateus Ribeiro e Camila Sapucci.
Só faltou falar que ele tem 94 anos e continua trabalhando, O clã dos Sidraques só da orgulho para esse bairro.
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