terça-feira, 23 de julho de 2013

Visita ao Bairro Salto


No Salto


No dia 16 de maio, a equipe do Jornal Prisma Cultural fez mais uma visita ao Bairro Salto. Lá, visitamos o Sítio São Francisco e conversamos com o Senhor Francisco de Assis Almeida, o seu Chiquito que foi muito acolhedor e relatou-nos a história do bairro com muita simpatia.
Contou-nos que no início do bairro havia enormes pinheiros e que as crianças frequentavam a escola do Biguá. Falou-nos dos primeiros moradores que foram o seu Zé Benedito, que era tropeiro, e seu Franquilino; mostrou-nos o salto da cachoeira que corta as enormes montanhas, originando o nome do bairro, sendo atrativo turístico e motivo de orgulho para os moradores.
Sr Chiquito- um entrevistado muito especial
No bairro, cultivou-se feijão, arroz que era guardado num açude de taquara para dias mais tarde ser consumido pela família ou vendido; e o milho que foi o alimento característico da região. E com ele fazia-se fubá, angu, bolão ou podia ser assado na caçarola com brasa.
 As dificuldades enfrentadas pelos moradores eram as mais variadas: iam desde a estrada até a falta de médico, mas atualmente isso já não é um impasse para a população. O bairro oferece uma diversidade de belezas, há árvores raras como jacarandá e cedro, animais diferenciados como anu branco,gavião, macaco, veado, jaguatirica e vistas privilegiadas.
            A construção da igreja iniciou-se em 1934 e foi a maior alegria do povo. Houve também muitas doenças comuns como sarampo, varíola e até tuberculose. As crianças por muito tempo jogavam futebol todos os domingos com uma bola de meia até que conseguiram uma bola de capotão que era amarrada com correia, torta, dura, mas era a alegria da criançada.
Seu Chiquito relatou ainda que eles sempre ouviam falar em assombração: nas quaresmas saiam com matracas e rezavam recomendando as almas, nessa época aparecia o lobisomem - um cachorrão peludo que vivia comendo fezes, e quando encontrava um galinheiro levava todas as galinhas e as comia.
E ele relembrou com saudade dos tempos em que viajava de trem com sua mãe, do chefe que, às vezes, vinha fazendo brincadeiras com as crianças e também do famoso pastel da Dona Leonor, era um tempo muito bom.
        E ao final, ele posicionou-se a respeito do uso de drogas como o cigarro e bebida, dizendo que causam muitos danos à saúde, contou-nos que tem muita vitalidade porque sabe cuidar de sua saúde. Descobrimos também que ele é o grande artista do bairro e até hoje ainda trabalha como carpinteiro fazendo banquinhos e outras peças de madeira que mostram o quanto temos artistas no nosso município.


Tainara Nunes

   





                           

                         
   









Imagens: Mateus Ribeiro e Camila Sapucci. 

Um comentário:

  1. Só faltou falar que ele tem 94 anos e continua trabalhando, O clã dos Sidraques só da orgulho para esse bairro.

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