Visita ao Bairro Mogiano

Depoimento  

"Poderia dizer qualquer frase bonita, ou um trecho de música que resumisse o que penso. Mas nada pode expressar a beleza, a felicidade de ver as pessoas que vivem no Mogiano. Bairro afastado do centro de Delfim Moreira, que faz divisa com Virginia. Estrada de terra cujas condições poderiam irritar os moradores , mas não, são pessoas felizes com o lugar onde vivem, gente que gosta de gente. Não sou boa na escrita, mas o importante é a emoção que sinto ao ouvir as histórias contadas por essas pessoas da zona rural com tanto carinho, histórias que antes para mim não tinham a menor importância, mas que hoje contêm muitas riquezas.”

Tainara Felippe 

"Gostei de conhecer Dª Anedina, a senhora de 90 anos que mora no bairro Mogiano.
Ela é de uma família de 23 irmãos. Casou-se aos 13 anos e morou um bom tempo na cidade de Pedralva, onde teve seus primeiros sete filhos. Os outros filhos nasceram no Mogiano mesmo.
Dona Anedina é uma mulher de fibra, depois que ficou viúva aos 49 anos de idade, dedicou sua vida aos filhos e à igreja.
Quando jovem trabalhou na roça com seu pai, no plantio de fumo e na lida com as vacas de leite que possuíam. Dona Anedina sente orgulho em dizer que todos seus filhos são pessoas trabalhadoras e de bom caráter. Ela diz ter 140 netos , dentre eles, 14 tataranetos . Perguntamos pra ela do que ela mais gosta no Mogiano e ela nos disse que gosta muito de conversar com pessoas divertidas e alegres.
Dona Anedina nos contou também que a história mais triste de sua vida é a ausência de seus pais, de seu esposo e de seus filhos já falecidos..."

Maike Vinícius Rodrigues

   Um passeio pelo bairro Mogiano

Dizem que esse nome foi inspirado na Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, que construiu uma linha ferroviária que ligava São Paulo ao Sul de Minas Gerais, no começo do século XX.

No bairro Mogiano, atualmente, há aproximadamente sessenta famílias que vivem das atividades agropecuárias, com predominância na pecuária leiteira. Interessante que uma parte do bairro localiza-se em Delfim Moreira e outra parte no município de Virgínia, sendo assim há quem pertença à arquidiocese de Pouso Alegre e há quem pertença à arquidiocese de Campanha . As duas capelas têm como padroeira Nª Srª Aparecida.

Quem conhece o Mogiano já teve o privilégio de apreciar uma das mais belas paisagens do município, que somada à imponência do Rio Lourenço Velho enche nossos olhos. E os moradores de lá são muito especiais. Gente simples, religiosa e hospitaleira, que sente orgulho do lugar , mesmo se sentindo tão isolados, enfrentando tantas dificuldades ... para se ter ideia, no bairro ainda não existe calçamento, a iluminação é precária, a estrada mal conservada , e a coleta de lixo começou a acontecer quinzenalmente este ano. As pessoas de lá sentem enorme preocupação com as crianças que têm que se deslocar 10 km para estudar na Barra e 25 km para estudar em Virgínia.

Mas os moradores de lá não perderam a alegria, o sorriso no rosto e o carisma.

Perfil

Dona Anedina Daniel da Silva – 90 anos

Dona Anedina é uma senhora alegre, entusiasmada com a vida, acolhedora que nasceu no Mogiano, numa família de 23 irmãos, casou-se aos 13 anos e teve 10 filhos. Hoje seus netos, bisnetos e tataranetos somam 140 descendentes dessa família cristã que vê em Dona Anedinaum exemplo de vida.

Mulher forte que depois da viuvez aos 49 anos, assumiu as rédeas da família, dedicando-se ao trabalho da roça e às atividades da igreja . Ela sempre foi respeitada e admirada por todos no bairro. Tem uma memória admirável e adora contar as histórias da família. Dizem que ela gosta muito de flor e durante suas visitas às casas dos amigos ela sempre pedia uma muda de uma planta qualquer. Atualmente sua distração é a televisão. Todos os dias ela assiste à Santa Missado Santuário de Aparecida. Dona Anedina é tão bem-quista na região que no seu aniversário de 90 anos , no dia 20 de janeiro de 2013, sua festa reuniu aproximadamente mil pessoas. E já estamos convidados para as próximas, legal demais né?

Ana Maria

Jorge Mota -  O Artista da narrativa

À primeira vista Sr. Jorge já chama a atenção pelo jeito tranquilo e sereno de ser. E quando começa a discorrer sobre os fatos de sua vida e da vida do seu bairro ele cativa e prende sua plateia. Ouvi-lo é como ouvir os sons da natureza, tal a fluência da sua fala.

Beirando os oitenta anos, tem o raciocínio claro e conciso. Conta suas vivências com precisão, sem perder o fio da meada quando é interrompido ou quando realiza digressões que enriquecem ainda mais sua narrativa.

Do pai, que perdeu ainda muito jovem, guarda os bons conselhos e o exemplo de uma vida repleta de valores e do compromisso de praticar o bem e a retidão.

 Sr. Jorge é pai de dez filhos enviuvou cedo e contou com a ajuda preciosa da filha mais velha para cuidar da criançada. Trabalhou no cultivo do fumo e ensinou o ofício aos filhos.

Conhece o seu bairro como ninguém e o descreve de forma a tornar reais todas as imagens que vão sendo criadas por seus ouvintes.

 Ao ser interrogado sobre as lembranças mais queridas relacionadas ao seu bairro responde com presteza e segurança: “A presença do Pe. Arlindo em nosso bairro é o que aconteceu de mais importante para nós. Ele veio nos visitar até o último momento, enquanto teve forças ou até mesmo quando essas lhe faltavam.”

Para completar o prazer de ouvir o Sr. Jorge ele nos presenteou com música ao vivo. Tocou seu pandeiro e mexeu profundamente com a nossa emoção.

Lúcia Cruz

Vista Panorâmica do Bairro Mogiano