segunda-feira, 8 de julho de 2013

Visita ao Parque Cruz das Almas

O morro da Cruz das Almas


 Subir o morro da Cruz das Almas pode ser devoção, promessa, hábito, ou pode ser só o gosto de ver o município se apertando no vale do Rio Lavrado.
Sentar-se no morro da Cruz das Almas requer agasalho, por que lá é frio.
Lá, uma só paisagem valeria essa subida: a vista para a Cachoeira do Itagyba. Foi essa cachoeira que deu o primeiro nome ao lugar em 1703, quando Miguel Garcia Velho chegou com sua Bandeira. A cachoeira era referência das minas  ouro ali foram encontradas, que foram trabalhadas por vinte anos, e que deixaram seus túneis vivos até hoje na montanha.
Façam fotos, filmes, registrem, cuidado para não cair. Vale.
Quem chega ao morro da Cruz das Almas vê uma Cruz. Abandonada.
Mas aquela cruz simboliza mais que um sinal cristão, ela reflete o amor e união da família, mãe e duas filhas, que vieram de longe desconhecendo o frio e gelo algoz da noite da Serra. Ali morreram. Vieram para unir-se ao pai combatente na revolução de 32, numa comunhão de união inseparável que só o amor da família contém acima de qualquer adversidade. É uma cruz símbolo do amor e da união da família.
Aquela cruz significa também o registro do denodo e valor do ideal de liberdade dos combatentes, significa o valor da luta do soldado paulista que abandonou a casa e entregou sua vida à causa da liberdade, vida que foi arrancada do seio de sua família. A causa, mesmo derrotada, veio imediatamente estabelecer a constituição democrática no Brasil. É uma cruz pelos que lutaram pela liberdade democrática.
No coração, o povo já tombou o morro da Cruz das Almas. É um monumento histórico da Revolução de 32. É um monumento ao amor na família. É um monumento de oração.
   Eduardo D’Soares

O Cenário de muitas histórias

     O Parque Cruz das Almas foi palco de episódios da história do município de Delfim Moreira. E, para quem não sabe, de lá tem-se uma bela vista da Cachoeira Itagyba, onde tudo começou com a chegada do bandeirante Miguel Garcia Velho que no século XVII veio à procura de ouro - a Itagybá , pedra amarela, segundo os índios.
Você sabia que atrás da queda d'água dessa cachoeira existem pequenas escavações antigas que foram feitas para a extração de ouro?  Incrivelmente, esse local que merecia destaque é inacessível , assim como o Parque Cruz das Almas que abriga tantos fatos, inclusive um relacionado à Revolução de 1932, que encontra-se em total abandono...

No dia 02 de julho desse ano, o parque também foi cenário para uma aula de demonstração da dinâmica do Projeto Escola Estrada Afora para a equipe de reportagem do programa Maura Visita  do site da Revista Nova Escola. E o que vimos? A falta de uma placa indicando o local. As cruzes das estações da via-sacra sendo consumidas pelo tempo e pela ferrugem... O caminho asfixiado pelos galhos das árvores e pelo capim. Água cortando e inundando a travessia - o que deixa o caminho quase intrafegável. Certamente que há muito tempo não fazem trabalho de conservação por lá.
E como se isso não bastasse, ao subirmos um pouco mais não encontramos a imagem de Nª Srª de Lourdes na gruta, a capela estava em ruínas, não encontramos um banco para nos sentar e nem uma bica para lavar as mãos ou saciar nossa sede.

        Tudo isso é lamentável, quando se fala tanto em fazer o turismo acontecer em Delfim Moreira.  O que precisamos é de uma política de valorização e conservação do nosso patrimônio histórico, pois a natureza do lugar já está fazendo sua parte e ainda consegue atrair alguns turistas para cá.

Tainara Nunes

     

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